Incompreendida
Sua aparência te mostrava forte
Mas você sabia o que te aflingia
Assim como todos os humanos
Tinha seus medos
E para fugir deles, tinha seu próprio modo
Não te julgo
Pelo contrário
Entendo-te
Mas ao mesmo tempo
Tenho ódio
Ódio, da intensidade que você usou
Meios de fuga
Pois na verdade foram eles, que usaram você
Consumiram-te
A tal ponto
De calar sua voz
Mas não completamente
Agora você canta
Mas somente os anjos podem escutar
Os humanos?
Apenas sentir.
Ainda
Permaneço estática
Nada consegue me chamar para fora deste transi
Suas canções embalam este estado físico
Em que me encontro.
Dor, perda e incapacidade de não ter feito nada para reverter esta situação.
Agora não há nada para se fazer
Você se foi
Mas não completamente
Pois deixou em cada um
Uma marca.
Pode ter sido uma canção
Um gesto
Uma lembrança seja ela qual for
Mas uma coisa é certa,
Não será esquecida!
